terça-feira, 10 de setembro de 2013

Boa sorte




Eu sempre dei muito valor a ele. Porque ele era sincero, diferente. Sempre passei por cima de muitas coisas porque, apesar dos vacilos, ele era especial. Até o dia em que eu entendi que eu também era incrível e que se alguém teria que ter medo de perder entre nós, definitivamente não era eu. Foi aí que eu parei de engolir desculpas nunca acompanhadas de arrependimento. Foi aí que eu abri a porta e deixei ele ir. Quer liberdade? Boa sorte. Quando voltar e outro cara te atender, não sei, fica feliz por mim e tenta ser livre!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Vem, pode queimar




É como conversar sobre o tempo enquanto a vontade é dizer o tempo que eu queria passar ao seu lado. É ter que te contar o que fiz no fim do dia, e omitir a parte em que eu pensei em você o dia inteiro. É como dizer que a noite em que saí com as minhas amigas foi perfeita, enquanto eu desejei baixinho que você aparecesse de surpresa. É como assistir um filme de comédia romântica, e torcer para que a história se repita com a gente. É como dar um sorriso despretensioso ao ouvir a sua voz, e esconder a parte em que você é o motivo dele. É escutar uma música aleatória na rádio, e mentalmente dedicá-la a você. É acordar todos os dias, e lamentar que o travesseiro esteja vazio e sem o calor do seu corpo. É fechar os olhos, mentalizar sua imagem, sentir o seu cheiro e quase conseguir ouvir a sua voz. É observar um casal apaixonado se beijando no banquinho do ponto de ônibus, e me questionar onde você está que não está aqui comigo. É dirigir o meu carro acima da velocidade permitida só para sentir o frio na barriga que só você consegue provocar. É te contar sobre o livro que estou lendo, sendo que a minha vontade é de lê-lo deitada no seu colo enquanto você acaricia os meus cabelos. É passar horas olhando para sua foto e quase conseguir vê-la se mexendo. É como se ao seu lado eu fosse capaz de fazer qualquer coisa. É dizer que a noite foi muito boa quando minha vontade é de dizer que eu não queria que ela acabasse nunca. É conversar com você até o sol nascer, e não me importar nem um pouco de perder uma noite de sono. Talvez duas, três, quantas forem necessárias. É como tentar andar em linha reta, e só de lembrar de ti perder o equilíbrio. É tentar me concentrar no trabalho e por algum motivo, não conseguir pensar em mais nada.  É como tentar escrever uma linha que não tenha você, e finalizar um capítulo sobre nós dois. É como dizer ''oi'' querendo dizer "Me abraça forte?". É assistir um filme ao seu lado e não conseguir ouvir sequer uma palavra, porque eu só consigo pensar no barulho da sua respiração, e na sua mão que encosta na minha. É como se eu conhecesse cada parte da sua alma mesmo conhecendo assim tão pouco. É como tentar ser normal, quando tudo o que eu consigo pensar quando estou ao seu lado é loucura. É como se você despertasse o melhor e o pior que eu posso ser. É como se eu te conhecesse de outras vidas, outros sonhos, outros amores. É como dizer ''Você é muito chato'', quando minha vontade é dizer ''Como não te encontrei antes?''. É como estar vivendo uma paixão de adolescente de novo, mesmo que essa fase já tenha passado há anos. É como se eu  - pela primeira - vez me permitisse ser feliz, ao invés de fugir de tudo aquilo que me faz entrar em combustão. Se quer mesmo saber, eu cansei dessa minha armadura de gelo. Vem, pode queimar.

Isabela Freitas